As vacinas constituem uma das maiores conquistas da pediatria – um verdadeiro ato de amor e protecção.
Desde as primeiras horas de vida do bebê (com vacinas como BCG contra tuberculose e hepatite B) até a adolescência, o calendário de imunizações orienta uma série de doses que protegem contra doenças infecciosas potencialmente graves. Seguir esse calendário nacional – com vacinas aos 2, 4 e 6 meses, reforços na infância e imunizações na adolescência (como a vacina contra o HPV e a “meningite”) – garante que a criança desenvolva defesas na idade adequada, antes de ser exposta a esses agentes patológicos. A vacinação é segura, eficaz e salva vidas, sendo fundamental para prevenir doenças que antes causavam uma alta mortalidade infantil. Através das vacinas, por exemplo, é possível evitar doenças graves e debilitantes e até potencialmente fatais como as causadas pelos vírus da poliomielite, tétano, sarampo, parotidite epidémica, hepatite viral B, Papiloma Humano, e pelas bactérias Corynebacterium diphteriae (difteria), Bordetella Pertussis (tosse convulsa), e pelos serotipos mais prevalentes dos grupos de bactérias Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.
É natural que os pais tenham dúvidas ou receios, mas a maioria dos temores não encontra confirmação na ciência. Mitos persistentes devem ser desmistificados – por exemplo, a ideia infundada de que vacinas causam autismo já foi amplamente refutada pela comunidade científica: não existe qualquer evidência de ligação entre vacinas e o transtorno do espectro autista. Esse mito surgiu de um estudo fraudulento nos anos 1990 e, embora já tenha sido desmentido há décadas, ainda assombra alguns pais desnecessariamente. Além disso, todas as vacinas passam por rigorosos testes de segurança antes de serem aprovadas. Efeitos colaterais graves são extremamente raros, ao passo que os riscos de não vacinar, versus ficar doente com estas doenças, são muito maiores. De facto, a queda nas taxas de imunização tem levado ao ressurgimento de doenças antes controladas, como evidenciado pelos surtos recentes de sarampo em vários países após diminuição na cobertura vacinal.
Outro ponto importante é entender que vacinar não protege somente o seu filho, mas toda a comunidade. Quando a maioria das pessoas está imunizada, cria-se a chamada imunidade de grupo, que também protege os bebês muito novos para serem vacinados e indivíduos com condições de saúde que impedem a vacinação.
Portanto, manter o boletim de vacinação em dia é uma responsabilidade colectiva. Com um tom tranquilizador, os pediatras reforçam: confie nas recomendações médicas – vacinar é um acto de amor. As evidências ao longo de décadas mostram que as vacinas têm segurança e eficácia comprovadas, e salvam milhões de vidas e evitam o sofrimento, em todo o mundo. Ao imunizar o seu filho, você o protege de doenças potencialmente graves e contribui para um futuro mais saudável para toda a sociedade. Em suma, informação de qualidade e ciência devem guiar essa decisão, esclarecem os medos infundados e garantem às crianças um crescimento saudável e seguro.
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