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Mexe-te em família: actividade física e brincadeiras ao ar livre

16 Dec 2025
Atividade Física

A atividade física regular é importante para todas as idades, e especialmente para as crianças em crescimento. Não se trata apenas de prevenir a obesidade – mexer o corpo traz benefícios ao coração, aos ossos, ao desenvolvimento motor e até à mente da criança.

Segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), as crianças e adolescentes dos 5 aos 17 anos devem acumular pelo menos 60 minutos diários de actividade física moderada a vigorosa. Ou seja, uma hora por dia de movimentos que acelerem o batimento cardíaco, como correr, pedalar, pular ou praticar um desporto. Actividades intensas que reforcem músculos e ossos (saltar à corda, subir escadas, jogos de trepar, ou desportos como o futebol/basquete) devem fazer parte da rotina pelo menos 3 vezes por semana. E mesmo alguma atividade é melhor do que nenhuma – toda a movimentação conta, seja contínua ou acumulada em pequenos períodos ao longo do dia.

Infelizmente, vivemos também numa era de sedentarismo facilitado: muitas crianças passam horas sentadas na escola e em casa, frequentemente em frente a ecrãs. A mesma OMS recomenda limitar o tempo sedentário prolongado, em especial reduzir o tempo de lazer passivamente em frente às telas. Isso não quer dizer banir os desenhos animados ou os jogos electrónicos, mas sim evitar que ocupem a maior parte do dia. Equilíbrio é a chave – se a criança já esteve 2 horas a ver televisão, incentive-a a depois brincar lá fora ou dançar um pouco para “desenferrujar”.

Para ajudar os miúdos (e a família toda) a serem mais activos, vale a pena transformar o exercício em diversão. Aqui estão algumas ideias de brincadeiras e actividades em família que põem todos a mexer:

  • Passear no parque ou dar caminhadas na natureza (explorando trilhos fáceis, fazendo uma caça ao tesouro com elementos da natureza, etc.).
  • Andar de bicicleta ou de trotinete ou patins pelas redondezas, com os devidos equipamentos de segurança.
  • Jogar à bola no quintal, no jardim ou na praia – futebol, basquete, vólei, ou mesmo jogos simples como “apanhada” e “escondidas”.
  • Promover “mini-competições” caseiras: corrida de sacos, cabra-cega, saltar à corda (quem consegue mais saltos seguidos?), campeonato familiar de dança ou ginástica.
  • Dançar em casa ao som de músicas animadas; crianças adoram quando os pais alinham em coreografias tontas na sala de estar.
  • Experimentar actividades diferentes ao fim de semana: um dia vão nadar na piscina municipal, no outro fazem um piquenique activo com bola e corda, noutra ocasião fazem uma aula de yoga para crianças ou artes marciais em família (muitas modalidades têm versões kids e aulas para pais e filhos).

O objectivo é quebrar o sedentarismo e incorporar o movimento na rotina de forma agradável. Lembre que qualquer movimento vale – subir escadas em vez de elevador, ir a pé à padaria com a criança, ajudar a lavar o carro (sim, esfregar e enxaguar o carro conta como actividade física!). Se a criança não for muito desportista, tudo bem: descubra o que lhe dá prazer. Pode preferir andar de patins ao ar livre, ou fazer jardinagem com a família, ou ainda jogos virtuais (videojogos de dança ou desporto que exigem movimento). Toda a atividade física é benéfica, desde que a criança se mexa e não passe o dia “colada” ao sofá.

Além dos ganhos evidentes para a saúde (melhor aptidão cardiovascular, coordenação, controlo de peso, sono de melhor qualidade, etc.), há também benefícios sociais e emocionais. Fazer exercício em família é uma excelente maneira de fortalecer os laços afectivos e criar memórias positivas para as crianças. Um jogo de futebol entre pais e filhos num domingo de manhã, ou aquele passeio de bicicleta onde todos riram das trapalhadas, tornam-se lembranças felizes associadas ao exercício. E mostram às crianças, pelo exemplo, que mexer-se pode ser divertido e faz parte de uma vida equilibrada. Ao ver os pais activos e entusiasmados, as crianças sentem-se motivadas a imitá-los – o adulto funciona como modelo, reforçando a ideia de que praticar actividade física é natural e gratificante.

Por fim, combata a tentação de sobrecarregar a criança com horas de treino formal achando que isso é o melhor – na infância, o mais importante é que ela associe exercício a prazer, não a uma obrigação. Se ela não se adaptou ao karaté ou ao ballet, experimente outra modalidade sem dramatizar. Elogie o esforço, não o resultado; o intuito é saúde e diversão, não competir. Mexe-te em família e celebre as conquistas (sejam elas aprender a andar de bicicleta sem rodinhas ou simplesmente conseguir fazer uma caminhada maior sem colo). Com apoio e criatividade, conseguiremos afastar a criançada do sedentarismo e cultivar neles o gosto por uma vida activa, o que certamente se reflectirá em adolescentes e adultos mais saudáveis, confiantes e felizes.

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